sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

OVOS FABERGÉ


FABERGÉ

Ovo Fabergé


Ovo imperial "Transiberiano", 1900


Ovo imperial "folhas de trevo", 1902


"Pedro, o Grande", 1903

Os Ovos Fabergé são obras-primas da joalharia produzidas por Peter Carl Fabergé e seus assistentes no período de 1885 a 1917 para os czares da Rússia. 


Os ovos, cuidadosamente elaborados com uma combinação de esmalte, metais e pedras preciosas, escondiam surpresas e miniaturas encomendados e oferecidos na Páscoa entre os membros da família imperial. 


Disputados por colecionadores em todo o mundo, os famosos ovos de Páscoa criados pelo joalheiro russo são admirados pela perfeição e considerados expoentes da arte joalheira.


Fabergé e seus ourives desenharam e construíram o primeiro ovo em 1885. Ele foi encomendado pelo czar Alexandre III como um presente de Páscoa para sua esposa Maria Feodorovna. 


Exteriormente ele parecia um simples ovo de ouro esmaltado, mas ao abri-lo, revelava-se uma gema de ouro, que dentro de si possuía uma galinha, que por sua vez continha um pingente de rubi e uma réplica em diamante da coroa imperial. 
Tais características lembram os bonecos matrioska.


A imperatriz Maria ficou tão impressionada com o presente, que Alexandre acabou por nomear Fabergué como o "fornecedor da corte" e passou a encomendar um ovo por ano, sob a determinação de que este fosse único e contivesse uma surpresa. 
Seu filho, Nicolau II, deu sequência à tradição e anualmente presenteava sua esposa, Alexandra Feodorovna.


Cinqüenta ovos imperiais foram produzidos para os czares Alexandre III e Nicolau II, ademais, outras dessas jóias também foram encomendadas por membros da nobreza.


Assim que um tema era escolhido, uma equipe de artesãos - dentre os quais Michael Perkhin, Henrik Wigström e Erik August Kollin - começava a trabalhar no projeto. Dezenas de clientes particulares apareceram com fama despertada pelos ovos imperiais.


Materiais
Os materiais utilizados por Fabergé incluíam os metais prata, ouro, cobre, níquel, paládio e platina que eram combinados em proporções variadas a fim de produzirem diversas cores. Além de utilizar a técnica de esmaltagem plique-à-jour assim como pedras preciosas como rubi, quartzo, diamante, jade, ágata.



Lista de Ovos Fabergé "Imperiais"


1885 Galinha
1886 Galinha com pendente de safira †
1887 Relógio da serpente azul
1888 Querubim e carruagem†
1889 Necessaire †
1890 Palácios dinamarqueses
1891 Memória de Azov
1892 Diamantes incrustados
1893 Cáucaso
1894 Renascimento
1895 Botão de rosa
1895 Doze monogramas
1896 Miniaturas giratórias
1896 Retratos de Alexandre III †
1897 Coroação
1897 Pelicano de ouro
1898 Lírios do vale
1898 Muget †
1899 Relógio bouquet
1899 Amores perfeitos
1900 Transiberiano
1900 Galinho
1901 Cesto de flores silvestres
1901 Palácio Gatchina
1902 Folhas de trevo
1902 Empire Nephrite†
1903 Pedro, o Grande
1903 Jubileu Dinamarquês†
1906 Kremlin de Moscovo
1906 Cisne
1907 Grinaldas de rosas
1907 Troféu do amor
1908 Palácio de Alexandre
1908 Pavão
1909 Iate
1909 Comemorativo de Alexandre III†
1910 Colunas
1910 Alexandre III equestre
1911 15º Aniversário
1911 Loureiro
1912 Czarevich
1912 Napoleónico
1913 Tricentenário Romanov
1913 Inverno
1914 Mosaico
1914 Catarina a Grande ou Grisaille
1915 Cruz vermelha com tríptico da ressurreição
1915 Cruz vermelha com retratos imperiais
1916 Ovo militar em aço
1916 Ordem de São Jorge
1917 Madeira de Karelia - encomendado apenas
1917 Constelação - encomendado apenas


Ovos Fabergé Kelch
1898 Galinha
1899 Painel de Doze
1900 Pinha em Cone
1901 Floração de Maçã
1902 Rocaille
1903 Bonbonnière
1904 Chantecler Kelch
Outros ovos Fabergé
1885-1891 Esmaltado listrado Azul
1902 Duquesa de Marlborough
1902 Rothschild
1907 Youssoupov
1914 Nobel Ice
1885-1889 Ressurreição
1899-1903 Flores Primaveris






Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ovo_Faberg%C3%A9

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

TIARA PAPAL / MITRA






Bento XVI, usando a Mitra de Pio IX,



Atualmente a tiara papal é usada na heráldica eclesiástica do papado, 
tal como nos brasões pessoais dos papas e no brasão da Cidade do Vaticano, 
combinada com as chaves do céu de São Pedro.

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TIARA PAPAL

" A Tiara papal, Tríplice Tiara ou Tiara Tripla (em latim: Triregnum, em italiano: Triregno e em francês: Trirègne) é a "coroa papal, uma rica cobertura para a cabeça, ornamentada com pedras preciosas e pérolas, que tem a forma de uma colméia, possuí uma pequena cruz no ponto mais alto, e também é equipada com três diademas reais".


Os papas poderiam usar uma tiara já existente, ordenando que seu tamanho fosse ajustado, ou poderiam confeccionar uma nova; ele recebia a tiara na cerimônia de coroação após sua eleição, que inaugurava seu pontificado, e uma que vez que a "tiara é um ornamento não-litúrgico (...)", a partir daí era usada apenas em "procissões papais, e solenes atos de jurisdição", sendo que "o papa, como os bispos, veste uma mitra pontifícia nas funções litúrgicas".


O último papa a portar a tiara foi Paulo VI em 1963, 
desde então, os próximos papas optaram por não usá-la. 

Os primeiros registros do uso da tiara remontam ao século VIII, sendo que sua decoração e forma se desenvolveram até meados do século XIV.


Embora os papas não utilizem mais a tiara, na heráldica eclesiástica ela continua sendo um símbolo proeminente do papado sendo que os brasões dos papas e do Vaticano combinam uma tiara com as chaves cruzadas de São Pedro, normalmente amarradas com uma corda. Fig.1







Brasão oficial do Papa Bento XVI em que a Tiara Papal é substituida pela mitra.

O último papa coroado foi Paulo VI, em 1963. Tal como aconteceu algumas vezes com os papas anteriores, uma tiara nova foi usada, doado pela cidade de Milão, onde Paulo VI foi Arcebispo (e cardeal), antes de sua eleição. Sua tiara era nitidamente mais leve do que as tiaras anteriores. No final da segunda sessão da Concílio Vaticano II em 1963, Paulo VI, desceu os degraus da cadeira papal na Basílica de São Pedro e colocou a tiara sobre o altar, como um gesto de humildade. Esta tiara foi adquirida em 6 de fevereiro de 1968 pela Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição em Washington[3], através do Delegado Apostólico dos Estados Unidos, o cardeal Francis Joseph Spellman, arcebispo de Nova York, sendo o dinheiro arrecadado doado aos pobres da África. Ela está em exposição permanente no “Memorial Hall”. No entanto, na sua Constituição Apostólica de 1975 Romano Pontifici Eligendo sobre os métodos da eleição dos Papas, Paulo VI sugeriu que seus sucessores poderiam ser coroados: “Finalmente, o Pontífice será coroado pelo Cardeal Protodiácono e, dentro de um momento oportuno, irá tomar posse na Arquibasílica Patriarcal de Latrão, de acordo com o ritual prescrito"


Bandeira da Guarda Suíça com o brasão do Papa Bento XVI com a tiara papal.


Porém o seu sucessor imediato, o Papa João Paulo I, não quis ser coroado, substituindo-a por uma cerimônia que foi denominada de "Inauguração do Sumo Pontifíce" e após sua morte súbita, o Papa João Paulo II falou sobre o assunto à congregação em sua inauguração:
"O último Papa que foi coroado foi Paulo VI em 1963, mas após a cerimônia de coroação solene ele nunca usou a tiara novamente e deixou seus sucessores livres para decidirem a esse respeito. O Papa João Paulo I, cuja memória é tão viva em nossos corações, não gostaria de usar a tiara, nem o seu sucessor deseja hoje. Este não é o momento de voltar a uma cerimônia e um objeto considerado, erradamente, como um símbolo do poder temporal dos papas. Nosso tempo nos chama, nos exorta, nos obriga a olhar para o Senhor e mergulhar na meditação humilde e devota sobre o mistério do poder supremo do próprio Cristo ".
Em sua Constituição Apostólica de 1996 Universi Dominici Gregis, João Paulo II revisou as regras sobre a eleição dos papas, e removeu qualquer menção à uma coroação papal, substituindo-a com uma referência a uma inauguração: "Após a cerimônia solene de inauguração do pontificado e dentro de um prazo adequado, o papa tomará posse do Arquibasílica Patriacal de Latrão, de acordo com o ritual prescrito".[6]
Como no documento anterior de Paulo VI, a fraseologia é descritiva, não prescritiva. Além disso, não estabelece regras específicas sobre a forma da "cerimônia de inauguração do pontificado", que poderia de fato se tornar uma coroação. Em qualquer caso, um Papa não está vinculado às regras cerimoniais feitas por um antecessor, e pode mudá-las livremente.


Tiara papal presenteada a Bento XVI por católicos alemães em 2011.


O Papa Bento XVI confirmou a continuação da utilização de representações da tiara como símbolo oficial do papado; mantendo-a no brasão da Santa Sé e da Cidade do Vaticano. No entanto, originalmente no seu brasão pessoal, Bento XVI substituiu a tiara por uma mitra, embora ela contenha três níveis remanescentes das três coroas da tiara papal[7]: "O Santo Padre Bento XVI decidiu não usar mais a tiara no seu brasão oficial pessoal, mas colocar só uma simples mitra, que não é portanto encimada por uma pequena esfera e por uma cruz como era a tiara".[8] Bento XVI também substituiu a tiara bordada no casaco pessoal dos Papas, por uma mitra. Embora oficialmente o brasão de Bento não possuí a tiara papal, conforme a descrição no site da Santa Sé sobre o assunto[8], foram confeccionadas versões autorizadas pelo papa em que a tiara é exibida em seu brasão, inicialmente na bandeira da Guarda Suíça, nos jardins do Vaticano e nas edições do Rito Romano Extraordinário,[9] e posteriormente uma versão mais refinada foi exibida em alguns paramentos e na janela do Apartamento Papal em que o papa recitava o Angelus em 10 de outubro de 2010; seguindo o projeto de Pietro Siffi, da "Ars Regia", uma firma especializada da cidade de Ferrara.[10][11] O próprio Papa Bento XVI foi presenteado com uma tiara pontíficia durante a Audiência Geral de 25 de maio de 2011, por um grupo de católicos alemães, feita de zinco, prata e bronze, e adornada com pedras semi-preciosas, produzida na Bulgária, por uma empresa que faz paramentos litúrgicos ortodoxos.[12]
Cada ano uma tiara papal é colocado sobre a cabeça da famosa estátua em bronze de São Pedro na Basílica de São Pedro na Festa da Cátedra de São Pedro em 22 de fevereiro até o Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo em 29 de junho. Embora este costume não tenha sido observado em 2006, foi reintroduzido em 2007. Também as instituições e universidades pontifícias utilizam em seus brasões, a tiara, assim como algumas basílicas.[9]


História e Origem


Papa Inocêncio III (1198-1216) utilizando a tiara papal apenas com a coroa inferior. 
(Afresco no mosteiro beneditino de Subiaco, Lácio, em torno de 1219).

A origem da tiara papal é incerta. 
Os historiadores concordam que trata-se de uma lenda a afirmação que o Papa Silvestre I (314-335) recebeu a tiara do Imperador Constantino como um sinal da liberdade e paz na Igreja.

Segundo M. Pfeffel, Clóvis I ofertou ao Papa Símaco a tiara papal na igreja de São Martinho, em Tours no século V. Porém um ornamento branco usado na cabeça do papa é registrado pela primeira vez apenas na biografia do Papa Constantino no século VIII no "Liber Pontificalis".
Essa cobertura é chamada de camelaucum ou phrygium. De acordo com James Noonan-Charles e Bruno Heim, a mais baixa das três coroas apareceu na base da chapelaria branca tradicional dos papas no século IX, quando os papas assumiram efetivamente o poder temporal nos Estados Pontifícios, a coroa da base foi decorada com jóias para assemelhar-se as coroas dos príncipes.
Assim, esta cobertura de cabeça passou a se chamar Regnum. O termo “tiara” é citado pela primeira vez na biografia do Papa Pascoal II, no Liber Pontificalis, em 1118.


Bruno Heim sugeriu que uma segunda coroa foi adicionada pelo Papa Bonifácio VIII em 1298, na época do confronto com o Filipe, o Belo, Rei da França, para mostrar que a sua autoridade espiritual era superior a autoridade civil, assim a tiara passou a ser denominada de Biregnum.
No entanto, um afresco da Capela de São Silvestre (consagrada em 1247) na igreja do Santi Quattro Coronati em Roma representa um Papa vestindo uma tiara de pano com duas coroas, o que indica que o Biregnum tem uma origem anterior.


Os historiadores divergem quanto à data e quem acrescentou à terceira coroa, com a qual a tiara passou a ser denominada de Triregnum.
São sugeridos os papas João XXII[14] (1316-1334), Urbano V (1362–1370), Clemente V (1305-1314), Bento XI (1303- 1304), ou Bento XII (especificamente em 1334).


Design
Tiaras papais sobreviventes

Tiara Papal utilizada pelo papa Pio XI.

Atualmente existem vinte e três tiaras papais, onze delas estão em exposição nos Museus do Vaticano, embora algumas foram vendidas ou doadas a entidades católicas.


"A tiara de Milão do Papa Paulo VI" foi doada para exibição na cripta da igreja da Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição em Washington, D.C., Estados Unidos.


Muitas das tiaras papais anteriores (mais notadamente as tiaras do Papa Júlio II - que é atribuída ao Papa São Silvestre - e Paulo III) foram destruídas, desmontados ou apreendidas pelos invasores (principalmente pelo exército francês de Napoleão em 1798), ou pelos papas em si; como o Papa Clemente VII que derreteu vinte tiaras de prata e outras insígnias papais em 1527 para conseguir 400.000 ducados exigidos pelo exército de ocupação do Sacro imperador Carlos V, sendo a única sobrevivente a de Gregório XIII do século XVI. Em 21 de março de 1800 como Roma estava ocupada pelos franceses, Pio VII foi coroado no exílio, em Veneza, com uma tiara de papel machê, doado pelas senhoras de Veneza, que abriram mão de suas jóias.


Muitas tiaras foram doadas ao papado por líderes ou chefes de estado, incluindo a Rainha Isabel II de Espanha, Guilherme I da Alemanha, o Imperador Franz Joseph I da Áustria e Napoleão I de França.
A tiara fornecida por Napoleão combinava o design das antigas tiaras papais destruídas após a captura de Roma, e foi dada a Pio VII como um "presente de casamento" para marcar o próprio casamento de Napoleão com a Imperatriz Josephine na véspera de sua coroação imperial.
Outros foram presentes para um recém-eleito papa, ou por ocasião de um jubileu ou eleição.


Decoração e forma da Tiara Papal



Tiara papal decorada com prata, pérolas e pedras preciosas, usada na estátua de São Pedro. Tesouro da Basílica de São Pedro, Vaticano.

A maioria das tiaras papais sobreviventes são geralmente de prata, portando três coroas de ouro, em forma de globo e terminada em ogiva, sobreposta por uma pequena cruz, que representa a soberania universal de Cristo. 
A sua decoração, às vezes possuía cruzes, ou florões e folhas de acanto.


Cada tiara possuía atrás duas ínfulas ligadas (tiras de tecidos bordado com fio dourado, decorada com o brasão ou outro símbolo do papa).


Há duas tiaras bastante incomuns: a de papel machê feita quando o Papa Pio VII foi eleito e coroado no exílio, e uma feito para o Papa Paulo VI em 1963, muito diferente de tiaras anteriores, que possuí a forma de bala, não possuindo jóias e pedras preciosas, sendo também muito mais leve do que as outras tiaras.


A tiara dada ao Papa Pio IX em 1877 em honra do seu Jubileu é muito semelhante no design à tiara anterior de Gregório XVI e manteve-se uma tiara particularmente popular, usada por, entre outros, Pio XI, Pio XII e João XXIII. A tiara de Pio XI em 1922, era muito menos decorado e possuía forma mais cônica.


Peso


A tiara papal do Papa Paulo VI em forma de bala, última tiara tripla utilizada por um papa. 
Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição em Washington.


Exceto a tiara de papier-mâché, a tiara mais leve foi feita para o Papa João XXIII em 1959.
Ele pesava pouco mais de 2 lb (910 g), assim como a tiara de 1922 do Papa Pio XI.
Em contraste, a tiara em forma de bala do Papa Paulo VI pesava 10 libras (4,5 kg).


A maior tiara papal é a de 1804 doado por Napoleão I para celebrar tanto o seu casamento com Josefina e a sua coroação como imperador francês; ela pesa 8,2 kg (18,1 lb). No entanto, nunca foi usada, sendo que a maneira como sua largura foi feita, é possível que ela era demasiado pequena para o Papa Pio VII.


Comparando o peso da tiara papal com as demais coroas européias, por exemplo, a coroa de Santo Eduardo, que é usada pelos monarcas ingleses, pesava apenas 2,5 kg.
A rainha Isabel II do Reino Unido, depois de ser coroada, disse que a coroa "era um pouco pesada" ("does get rather heavy").
Também o rei Jorge V comentou depois do "Delhi Durbar", em 1911, ao receber a coroa imperial da Índia que “machuca a minha cabeça, pois é bastante pesada” ("hurt my head as it is rather heavy").
Todavia, estas coroas são mais leves que a maior parte das tiaras papais e pesam menos que um terço da tiara de Pio VII.


Um certo número de papas havia deliberadamente confeccionado novas tiaras porque as existentes eram demasiado pequenas, pesadas ou ambas.
O Papa Gregório XVI, na década de 1840 e o Papa Pio IX em 1870 confeccionaram uma nova tiara, mais leve.
Novos métodos de fabricação no século XX, permitiram a criação de tiaras com 900 g (2 lb), como as de Pio XI e João XXIII. Isso, combinado com a existência de uma série de tiaras leves de papas anteriores, fez com que Pio X em 1908, não precisasse fazer sua própria tiara especial.

Simbolismo

Tiara do Papa Pio IX (1870). Em exposição na Capela Sistina, Vaticano.

Não há certeza sobre o que as três coroas da Tiara tripla simbolizam, como é evidente, há uma multiplicidade de interpretações que têm sido propostas.
Alguns a vinculam à autoridade tripla do papa como "Pastor Universal (tiara superior), Competência Eclesiástica Universal (tiara do centro) e o Poder Temporal (tiara inferior)".
Outros interpretam os três níveis de acordo com a sentença usada na coroação papal como sendo o papa: "Pai de reis, Pastor do mundo, Vigário de Cristo", embora não haja ligação entre essa sentença e o significado da tríplice tiara.
No entanto, outros têm associado seu simbolismo com a tríplice dimensão de Cristo, que é Sacerdote, Profeta e Rei, uma possibilidade mencionada pelo Papa João Paulo II em sua homilia de inauguração, ou as funções do papa como “Professor, Legislador e Juiz".


Outra interpretação tradicional é que as três coroas referem-se à "Igreja militante na terra, a Igreja sofrendo após a morte no Purgatório e a Igreja Triunfante no Reino dos Céus".


Ainda outra interpretação sugerida pelo arcebispo Cordero Lanza di Montezemolo, que projetou o brasão de armas do Papa Bento XVI é que a tiara significa "ordem, jurisdição e magistério".
Lord Twining sugeriu que, assim como os Sacro imperadores romanos eram três vezes coroados como rei da Alemanha, rei da Itália e imperador romano, os papas, para salientar a igualdade de sua autoridade espiritual para a autoridade temporal do imperador, escolheu ser coroado com uma tiara de três coroas.[


Uso




Papa Leão XIII usando a “Tiara de Paris” (1888), doada pelos católicos da cidade homônima para comemorar o Jubileu de Ouro da sua ordenação sacerdotal.

A tiara tripla não era usada para as celebrações litúrgicas, tais como a Missa, sendo que em suas funções sacras, o Papa assim como outros bispos, usa uma mitra. No entanto, a tiara era usada durante a entrada solene e a procissão de saída, e uma ou mais tiaras podiam ser colocadas sobre o altar durante a cerimônia da missa solene pontifical. Também eram utilizadas em jubileus e outros dias santos.
Os papas não eram restritos a utilizar uma tiara particular, por exemplo, fotografias mostram o Papa João XXIII, em ocasiões diferentes, usando a tiara que lhe foi doada em 1959, a tiara do Papa Pio IX de 1877 e a de Pio XI em 1922.


A tiara foi, portanto, usada em procissões cerimoniais formais, e em outras ocasiões, quando o papa estava utilizando a Sede gestatória, uma cadeira portátil cujo uso foi abolido pelo Papa João Paulo II imediatamente após sua eleição, em outubro de 1978.
Seu antecessor, João Paulo I, também escolheu inicialmente não usá-la, mas cedeu quando foi informado de que sem a Sede gestatória as pessoas não podiam vê-lo.
Além disso, a tríplice tiara era usada para atos solenes de jurisdição, por exemplo, quando o papa fizer uma definição ex cathedra (utilizando a infalibilidade papal).
Foi também usada quando o papa concedia sua tradicional benção do Natal e da Páscoa Urbi et Orbi da sacada na Basílica de São Pedro, estas eram as únicas cerimônia religiosas em que a tiara era usada.


Coroação papal


A ocasião mais famosa em que a tiara tripla foi utilizada foi durante à coroação papal, uma cerimônia de seis horas. As primeiras menções a este ritual datam do século XIII, nos escritos do dominicano Estevão de Bourbon.


O papa era levado em procissão ao local da coroação, vestindo a estola e a mitra, sentado na sede gestatória, usando o pálio, seguido por dois ministros que abanavam o papa com os flabelos. Tradicionalmente, a coroação ocorreu dentro ou nos arredores da Basílica de São Pedro. O Cardeal Proto-Diácono retira a mitra do papa e, ao colocar a tiara na sua cabeça, diz:
Accipe tiaram tribus coronis ornatam, et scias te esse Patrem Principum et Regnum, Pastorem Orbis in terra, in terra Vicarium Salvatoris Nostri Jesu Christi, cui est honor et gloria in sæcula sæculorum. Amen[9]
(Recebei a tiara, ornada de três coroas, e sabei que sois Pai de Príncipes e Reis, pastor de toda a terra e Vigário do Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem é dada toda honra por todos os séculos dos séculos. Amém)


A seguir, o papa pronunciava a solene bênção pontifical, Urbi et Orbi.


A Urbi et Orbi do Natal de 2008, do Papa Bento XVI(Praça de São Pedro, Cidade do Vaticano)


Outras Tiaras




Gravura de Solimão feita por Agostino Veneziano. Observe as quatro coroas no capacete (que ele tinha encomendado em Veneza), simbolizando o seu poder imperial, e destacando que seria superior a tiara com três coroas dos papas.





A Papisa do baralho Visconti-Sforza, por Bonifacio Bembo, em torno de 1450. Nesta carta a personagem usa uma tiara papal.


Tiara Patriarcal
Apenas um prelado católico é permitido usar uma tiara no seu brasão de armas: o Patriarca de Lisboa, um título criado em 1716 e mantida pelo arcebispo de Lisboa desde 1740.
[editar]Sultão Solimão


No século XVI o sultão otomano Solimão, o Magnífico, contratou artesãos venezianos para fazer uma tiara semelhante ao do desenho do Papa, porém como quatro camadas e uma pena enorme, para demonstrar que seu poder e autoridade ultrapassavam a do Sumo Pontífice. Esta tiara era a parte mais atípica da chapelaria para um sultão otomano, ele provavelmente nunca a usava normalmente, mas sempre a colocava ao seu lado quando recebia os visitantes, especialmente embaixadores.


Cartas de tarô
As cartas de tarô desde a Idade Média incluem dois cartões em que um personagem religioso veste uma tiara papal; um é a Papisa ou a Sacerdotisa, identificada como a Papisa Joana (uma mulher que de acordo com um conto medieval se disfarçou de homem e foi eleito papa). No entanto, em outros cartões, a tiara é substituída pelo padrão feminino da chapelaria medieval. As cartas do tarô também continham uma representação do Papa, chamado de Hierofante, que na maioria dos casos, é coroado com uma tiara tripla.


Teorias de conspiração


A teoria de conspiração do termo “Vicarius Filii Dei” (Vigário do Filho de Deus), considerado supostamente uma expansão do título histórico "Vicarius Christi", é uma expressão utilizada na "Doação de Constantino" para se referir a São Pedro.
A partir do século XIX, devido a interpretação de Uriah Smith, alguns grupos adventistas do sétimo dia argumentam que a frase é identificada com o "número da besta" (666), e seria supostamente usada na tiara papal, denominando que o papa seria o Anticristo, embora seja relativamente comum que métodos matemáticos associem nomes de diversas pessoas ao 666, sendo considerado pareidolia; por exemplo, Bill Gates, Ellen G. White (fundadora do movimento adventista do sétimo dia) e o próprio Jesus.
Porém devido a ausência de imagens ou qualquer fonte do uso “Vicarius Filii Dei” na tiara  ou em mitras, bem como a expressão nunca ter sido utilizada como um título oficial, a reivindicação foi abandonada por diversos adventistas do sétimo dia."


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiara_papal#Uso_na_atualidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Urbi_et_Orbi
http://www.arquidiocesebh.org.br/site/noticias.php?id_noticia=557
http://photogooddds.blogspot.com/2010/09/mitra-de-pio-ix.html

NICOLAUS STENO


374º Aniversário de Nicolas Steno


Niels stensen.jpg

Nicolaus Steno
Anatomia e Geologia

Nacionalidade -  Dinamarquês
Nascimento - 11 de Janeiro de 1638
Local - Copenhaga
Falecimento - 25 de Novembro de 1686 (48 anos)
Local - Schwerin
Actividade-  Campo(s) - anatomia e geologia

Nicolaus Steno (em dinamarquês: Niels Steensen ou Niels Stensen; latinizado como Nicolaus Stenonis) (Copenhaga, 11 de Janeiro de 1638 — Schwerin, 25 de Novembro de 1686) foi um bispo católico dinamarquês e cientista pioneiro nos campos da anatomia e da geologia. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1988. 

Após completar a sua educação universitária em Copenhaga, a sua cidade natal, viajou pela Europa; de facto, manter-se-ia em viagem durante o resto da sua vida. Na França, Itália e Países Baixos entrou em contacto com vários cientistas e médicos proeminentes, e graças à sua grande capacidade de observação em breve fez importantes descobertas. Numa altura em que os estudos científicos consistiam na leitura dos autores antigos, Steno foi suficientemente audaz como para confiar nas suas observações, mesmo quando estas diferiam das doutrinas tradicionalmente aceitas.
Inicialmente dedicou-se ao estudo da anatomia, focando o seu trabalho sobre o sistema muscular e na natureza da contracção muscular. Utilizou a geometria para mostrar que um músculo em contracção altera a sua forma mas não o seu volume.

Steno e a geologia
No entanto, em Outubro de 1666, dois pescadores capturaram um enorme tubarão, próximo da cidade de Livorno e o grão-duque Fernando mandou enviar a cabeça do animal a Steno. Este dissecou-a e publicou as suas descobertas em 1667. O exame dos dentes do tubarão mostrou que estes eram muito semelhantes a certos objectos chamados glossopetrae, ou pedras língua, encontrados em algumas rochas. Os autores antigos, como Plínio, o Velho, haviam sugerido que estas pedras haviam caído do céu ou da Lua. Outros eram da opinião, também ela antiga, de que os fósseis cresciam naturalmente nas rochas. Um contemporâneo de Steno, Athanasius Kircher, por exemplo, atribuía a existência de fósseis a uma virtude lapidificante dispersa por todo o corpo do geocosmo.
Por seu lado, Steno argumentou que os glossopetrae pareciam-se com dentes de tubarão, porque eram dentes de tubarão, provenientes das bocas de antigos tubarões, que haviam sido enterrados em lodo e areia que eram agora terra seca. Existiam diferenças de composição entre os glossopetrae e os dentes dos tubarões actuais, mas Steno argumentou que os fósseis podiam ter a sua composição química alterada sem que a sua forma se alterasse, através da teoria corpuscular da matéria.
O trabalho de Steno sobre os dentes de tubarão levou-o a questionar-se sobre a forma como um objecto sólido poderia se encontrado dentro de outro objecto sólido, como rocha ou uma camada rochosa. Os "corpos sólidos dentro de sólidos" que atraíram o interesse de Steno incluíam não apenas fósseis como hoje os definimos, mas também minerais, cristais, incrustações, veios, e mesmo camadas completas de rocha ou estratos. Os seus estudos geológicos foram publicados na obra Discurso prévio a uma dissertação sobre um corpo sólido contido naturalmente num sólido em 1669. Este trabalho seria aprofundado em 1772 por Jean-Baptiste Romé de l’Isle.
Steno não foi o primeiro a identificar os fósseis como sendo de organismos vivos. Os seus contemporâneos Robert Hooke e John Ray também defenderam este ponto de vista.
A Steno atribui-se definição da lei de sobreposição, e dos princípios de horizontalidade original, continuidade lateral: os três princípios básicos da estratigrafia.
Outro princípio, conhecido simplesmente por lei de Steno, diz que os ângulos entre faces correspondentes em cristais da mesma substância são os mesmos para todos os exemplares desta..

Steno e a Religião
O seu modo de pensar era também importante no modo como via a religião. Criado na fé luterana, ainda assim não deixou de questionar os ensinamentos que recebeu, algo que se tornou importante quando contactou o catolicismo enquanto estudava em Florença. Após estudos teológicos, decidiu que a Igreja Católica e não a Igreja Luterana era a autêntica igreja e, como consequência, converteu-se ao catolicismo.
A sua conversão fez com que, gradualmente, Steno pusesse de lado os seus estudos científicos. Foi ordenado padre e, mais tarde, bispo e enviado em trabalho de missão para o norte da Alemanha, região luterana. Trabalhou inicialmente na cidade de Hannover, onde conheceu Gottfried Leibniz, mudando-se mais tarde para Hamburgo. Após vários anos preenchidos com tarefas difíceis, morreu após muito sofrimento em Schwerin em 1686.
A sua vida e trabalho têm sido intensamente estudados, em particular desde finais do século XIX. Especialmente, a sua piedade e virtude têm sido avaliadas com vista a uma eventual canonização. Em 1987, foi beatificado pelo papa João Paulo II.

Obras
De Musculis et Glandulis Observationum Specimen (1664)
Elementorum Myologiae Specimen (1667)
Discours sul l'anatomie du cerveau (1669)
De solido intra solidum naturaliter contento dissertationis prodromus (1669)

Nicolaus Steno
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.




sábado, 7 de janeiro de 2012

STEPHEN HAWKING





STEPHEN HAWKING
70 anos e um triunfo sobre a adversidade

LONDRES, 5 Jan 2012 (AFP) -Quando foi diagnosticado com a doença neurodegenerativa há quase meio século, ele recebeu uma previsão de poucos anos de vida, mas Stephen Hawking, um dos cientistas mais famosos do mundo, está pronto para celebrar 70 anos no domingo (8) desafiando todas as adversidades.

Paralisado, obrigado a utilizar uma cadeira de rodas e a falar por meio de um computador, Hawking continua trabalhando incansavelmente para revelar os mistérios do universo e tornar acessíveis ao maior público possível os complicados conceitos da física.

"As pessoas diagnosticadas com esta doença, uma forma atípica de esclerose lateral amiotrófica, morrem em média 14 meses após o diagnóstico. Obviamente, Stephen Hawking é excepcional pela quantidade de tempo que vive com ela", explicou à AFP Elaine Gallagher, da Associação de Doenças Neurodegenerativas.

O próprio astrofísico atribui sua fama à doença com a qual convive desde os 21 anos e que abalou progressivamente suas funções motoras.

"As pessoas são fascinadas pelo contraste entre minhas capacidades físicas extremamente limitadas e a imensidade do universo com o qual trato", explica com modéstia e humor em seu site o autor de "Uma Breve História do Tempo" (1988), um livro de divulgação científica que vendeu milhões de exemplares em todo o mundo.

A fama do cientista é tamanha que inclui participações especiais em séries de TV como "Star Trek" e "Os Simpsons", no qual em uma discussão de bar ameaça roubar de Homer Simpson a curiosa tese sobre o universo na forma de donut.

Para o astrônomo real Martin Rees, que o conheceu quando ambos cursavam doutorados na Universidade de Cambridge, Hawking "se tornou possivelmente o cientista mais famoso do mundo, aclamado por suas pesquisas brilhantes, por seus livros best-sellers e, acima de tudo, por seu assombroso triunfo ante a adversidade".

Ele destaca, no entanto, que o sucesso entre o grande público não deve ofuscar as importantes contribuições de Hawking ao mundo da ciência pura, em particular nas áreas dos buracos negros, relatividade e gravidade.

"Indubitavelmente ele fez mais que qualquer um desde Einstein para melhorar nosso conhecimento sobre a gravidade", declarou o ex-presidente da Royal Society, uma das instituições científicas mais antigas e prestigiosas do mundo, na qual Hawking foi admitido em 1974, com apenas 32 anos.

"Seu grande 'momento eureca', em 1974, revelou um profundo e inesperado vínculo entre a gravidade e a teoria quântica", completou.

Para o dia em que completa 70 anos, o Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge, dirigido por Hawking, organizou um evento público para o qual os ingressos estão esgotados há semanas.

O simpósio sobre "O Estado do Universo" será precedido por uma conferência na qual cientistas de prestígio mundial examinarão a atual situação em tópicos como buracos negros, cosmologia e física fundamental, áreas abordadas nos trabalhos de Hawking.

O Museu da Ciência de Londres também organizou para a ocasião uma mostra de fotografias que celebram a vida e a obra do astrofísico, que o público poderá visitar a partir de 20 de janeiro.

Nascido na cidade inglesa de Oxford em 8 de janeiro de 1942, no tricentenário da morte de Galileu, Hawking sempre acreditou que a ciência era seu destino e, aconselhado pelos médicos, concentrou todas as energias no estudo da cosmologia.

"Quando Stephen não podia mais fazer uso das mãos e manipular equações no papel, compensou com o treinamento para manipular formas e topologias complexas em sua mente a grande velocidade. Esta capacidade permitiu que ele encontrasse soluções para problemas físicos difíceis que ninguém conseguia resolver e que, provavelmente, ele mesmo não teria sido capaz de fazê-lo sem esta nova habilidade", afirmou o físico teórico americano Kip Thorne, um colaborador habitual do britânico.

Durante a longa carreira, Hawking recebeu vários reconhecimentos e ocupou durante 30 anos a Cátedra Lucasiana de Matemáticas de Cambridge, três séculos depois do "pai" da gravidade Isaac Newton.

Na vida privada, Hawking foi casado duas vezes e tem três filhos. Fora dos trabalhos científicos, ele confessou que as mulheres são o enigma que ainda não conseguiu desvendar.
"São um mistério completo", declarou à revista New Scientist.


Fonte: UOL- http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2012/01/06/stephen-hawking-70-anos-e-um-triunfo-sobre-a-adversidade.jhtm]
Foto- fonte: http://walkingincambridge.blogspot.com/2009/04/stephen-hawking-walks.html


   



Imagem da NASA StarChild de Stephen Hawking em 1999.

DADOS GERAIS
Nome de nascimento - Stephen William Hawking
Nacionalidade -  britânica
Nascimento - 8 de janeiro de 1942
Local - Oxford, Inglaterra -  Reino Unido
Actividade - Campo(s) Física teórica

PRÊMIOS: :
Medalha Eddington (1975)
Prêmio Dannie Heineman de Física Matemática(1976)
Medalha Hughes (1976)
Medalha Albert Einstein(1979)
Medalha Franklin (1981)
Medalha de Ouro da RAS(1985)
Prêmio Dirac (1987)
Prêmio Wolf de Física(1988)
Medalha Oskar Klein (2003)
Medalha Copley (2006)

Notas: Membro da Pontifícia Academia das Ciências


                                                      
Assinatura
BIOGRAFIA


Stephen William Hawking, CH, CBE, FRS, FRSA (Oxford, 8 de janeiro de 1942[1]) é umfísico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade. Doutor em cosmologia, foi professor lucasiano de matemática na Universidade de Cambridge (posto que foi ocupado por Isaac Newton)[2]. Depois de atingir a idade limite para o cargo, tornou-se professor lucasiano emérito daquela universidade.[3]
Atualmente, Hawking encontra-se incapacitado em razão de uma esclerose lateral amiotrófica (ELA), que o impede de manter suas atividades científicas. Sua condição se agravou ao longo dos anos, e ele está quase que completamente paralisado.

Stephen William Hawking nasceu exatamente no aniversário de 300 anos da morte deGalileu. 
Seus pais eram Frank Hawking  e Isabel Hawking. 
Seu pai era um biólogo pesquisador que trabalhava como parasitólogo 
no Instituto Nacional de Pesquisa Médica de Londres

Teve duas irmãs mais novas, Philippa e Mary, e um irmão adotivo, Edward. Hawking .
Ele sempre foi interessado por ciência. 
Em sua infância, quando ainda morava em St. Albans, estudou na St Albans High School for Girls 
(garotos até 10 anos eram educados em escolas para garotas) entre 1950 e 1953 
- ele foi um bom aluno, mas não era considerado excepcional.   

                  

Entrou, em 1959, na University College, Oxford, onde pretendia estudar matemática, conflitando com seu pai que gostaria que Stephen estudasse medicina. Como não pôde, por não ser disponível em tal universidade, optou então por física, formando-se três anos depois (1962). 
Seus principais interesses eram termodinâmica, relatividade e mecânica quântica. 
Obteve a graduação de doutorado na Trinity Hall em Cambridge no ano de 1966, onde é atualmente um membro honorário. 
Nesta época foi diagnosticada em Stephen W. Hawking a doença degenerativa ELA (esclerose lateral amiotrófica).
 Depois de obter doutorado, passou a ser investigador e, mais tarde, professor nos Colégios Maiores de Gonville e Caius. 
Depois de abandonar o Instituto de Astronomia em 1973, Stephen entrou para o Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica tendo, entre 1979 e 2009, ano em que atingiu a idade limite para o cargo, ocupado o posto de professor lucasiano de Matemática, cátedra que fora de Newton, sendo atualmente professor lucasiano emérito daUniversidade de Cambridge.


Casou-se pela primeira vez em julho de 1965 com Jane Wilde, separando-se em 1991. 
Seu segundo casamento realizou-se com sua enfermeira - Elaine Mason - em 16 de Setembrode 1995. Hawking continua combinando a vida em família (seus três filhos e um neto) e sua investigação em física teórica junto com um extenso programa de viagens e conferências.

Hawking, em 5 de maio de 2006, durante a conferência de imprensa na Bibliothèque Nationale de France para inaugurar o Laboratório de Astronomia e Partículas em Paris e para lançar a versão em francês do seu trabalho "God Created the Integers

Hawking, em 5 de maio de 2006, durante a conferência de imprensa na Bibliothèque Nationale de France para inaugurar o Laboratório de Astronomia e Partículas em Paris e para lançar a versão em francês do seu trabalho "God Created the Integers

Hawking é portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA) [4], uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, sendo uma doença que ainda não possui cura.
A doença foi detectada quando tinha 21 anos. Em 1985 teve que submeter-se a umatraqueostomia em decorrência do agravamento da ELA (ALS, sigla em inglês) após ter contraído pneumonia e, desde então, utiliza um sintetizador de voz para se comunicar. Gradualmente, foi perdendo o movimento dos seus braços e pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo a força para manter a cabeça erguida, de modo que sua mobilidade é praticamente nula.

Em 9 de janeiro de 1986, foi nomeado pelo papa João Paulo II membro da Pontifícia Academia das Ciências.

Em 1993, participou de episódio da série Star Trek - A Nova Geração em cena em que é umholograma, conjuntamente com Newton e Einstein, jogando cartas com o personagem Data.
Em 1994, participou da gravação do disco do Pink Floyd, The Division Bell, fazendo a voz digital em "Keep Talking".
Fez algumas participações em Os Simpsons, Futurama, O Laboratório de Dexter, Os Padrinhos Mágicos, no cartoon Dilbert e emSuperhero Movie. Recentemente fez uma participação numa propaganda do Discovery Channel chamada Eu amo o Mundo, onde ele disse "Boom De Ya Da"


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[Ficheiro:Stephen Hawking.StarChild.jpg|thumb|180px|Legenda]]
Descrição:  English: NASA StarChild image of Stephen Hawking.
Data: unknown (photograph), 1999-01-03 (file's timestamp at starchild.gsfc.nasa.gov)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

                                              
Quando questionado por alguém acerca do que teria existido antes do Big Bang, Hawking retorquiu que a questão é insignificante dizendo que é a mesma coisa que perguntar:
a altura também disse que as pessoas que acreditam que tudo está predestinado e que nós não podemos mudar o nosso destino, olham sempre antes de atravessar a estrada...

Stephen Hawking é um físico teórico.
Nascido no 300º aniversário da morte de Galileu Galilei, no dia 8 de Janeiro de 1942. Ele ocupa o prestigiado posto de Lucasian Professor of Mathematics aqui na Universidade de Cambridge. Este posto já foi ocupado por Sir Isaac Newton (1669-1702). A sua carreira estende-se por mais de 40 anos e descobriu que os buracos negros emitem radiação, agora conhecidos como a Radiação de Hawkings. No entanto a sua área estende-se pela cosmologia, astronomia, física quântica e um pouco pela cozinha japonesa.

É um dos mais famosos e prestigiados cientistas no mundo. Participou em diversas séries televisivas, destacando-se um episódio dos Simpsons e um episódio de Star Trek. O seu grande livro "Uma breve história do Tempo" é tipo colossal. É melhor que o livro da Carolina Salgado e quase tão bom como as conversas com Jesus da filha do Solnado.

Formou-se em Oxford mas viu que por lá não se fazia grande ciência e como é óbvio decidiu vir até Cambridge para dominar a ciência por aqui (nota: eu ainda não estava por cá). Foi nessa altura que começou a desenvolver os primeiros sintomas de Esclerose Lateral Miotrófica que se caracteriza por uma desordem neuronal motora. O seu sistema neuromotor fica severamente afectado deixando-o preso a uma cadeira durante o resto da sua vida. Completamente dependente de outros a única maneira que tem para contactar é através de um aparelho (inventado por um cientista aqui de Cambridge) que o permite escrever e depois converter o texto em som. Depois de receber esta grande invenção, Hawking  casa-se com a mulher dele, tornando-a a sua segunda mulher.

*** Disse uma vez que entre conhecer Einstein ou a Marilyn Monroe, que prefiria conhecer Monroe...

O que me espanta é que ele é um dos maiores crânios do mundo. Ele é simplesmente o Einstein da actualidade.
Da criança que cavalgava durante  seu tempo livre, ao estudante que fez parte da equipa de remo em Oxford, veio a desenvolver-se uma doença que o colocou praticamente paralisado (movendo apenas a bochecha, a direita, não a esquerda) mas que nunca desligou o único órgão que o fez elaborar as mais complexas teorias quânticas. Alguém que tinha aos 21 anos apenas 3 anos de esperança de vida, e que afinal passou mais de 40 anos numa cadeira de rodas completamente dependente de terceiros e que ainda consegue atingir o seu génio é verdadeiramente um lutador.

É um exemplo de como se deve viver. O seu génio é simplesmente único, mas a sua vontade de viver é incomparável...
É o exemplo vivo de que não há limite para esta máquina orgânica quasi-perfeita chamada cérebro. Com a nossa mente podemos explorar os confins do Universo mesmo estando presos dentro do nosso próprio corpo...
Com esta máquina oleada e limada pela Evolução podemos andar na Lua, podemos compor as mais belas sinfonias, podemos escrever os mais belos poemas e podemos ainda delinear as mais complexas equações...

O que é que fica ao norte do Polo Norte ?

(Publicado por Johnnie Walker em 20.4.09 / Etiquetas: Cambridge)
http://walkingincambridge.blogspot.com/2009/04/stephen-hawking-walks.html





sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

JOANA D´ARC





JOANA D´ARC

Joana d’Arc, também conhecida como a Donzela de Orleans, entrou para a História como heroina e mártir no final da Guerra dos Cem Anos. Canonizada Santa pela mesma Igreja que a condenou à fogueira, sua breve existência encontra-se fartamente descrita e documentada por inúmeros autores e fontes. Por sua importância histórica, política e religiosa, incluímos em nossa galeria esta ilustre personagem da região da Lorena, predestinada para a missão de libertação, unificação e a consolidação da França como um grande país. 

JOANA D'ARC
A Donzela de Orleans
Heroína Nacional da França

Joana d ’Arc, by Jan Matejko

Joana d’Arc teria nascido em 6 de janeiro de 1412 na pequena aldeia de Domrémy, na região da Lorena no noroeste da França. Seu nome verdadeiro era Jehanne d'Arc, mas ela preferia ser chamada de "Jehanne, la Pucelle", Donzela Joana, e tinha doze anos quando ouviu, pela primeira vez, uma voz lhe dizer que deveria libertar o seu país dos invasores ingleses. Obstinada em cumprir seu chamado, cumpriu quase tudo que se determinou mas, caída nas mãos do inimigo e negligenciada por seu próprio rei, foi queimada viva em 30 de maio de 1431.   


A PROFECIA SE CUMPRE

A Guerra dos Cem Anos, logo após o período das grandes Cruzadas, precedeu o nascimento de Joana d’Arc e perdurou até 1453. Travada entre fidalgos em disputa pela coroa francesa, a guerra se passava totalmente em território francês e muitas aldeias eram devastadas. Contando com a ajuda de seu aliado, o Duque de Borgonha, até Paris encontrava-se nas mãos dos ingleses e, quando a França precisou de líderes, estes se mostraram incapazes.

Delfim Carlos era sutil, ardiloso e astuto mas, revelava-se confuso. Ansiava por ser declarado filho legítimo do rei da França e, de certo modo, tinha medo disso. Sua infância fora marcada por um pai louco e uma mãe devassa e sua vida governada pela dúvida. Será que queria ser o legítimo rei da França? Será que realmente o era? Será que queria lutar para libertar o país do jugo inglês? Quando tudo parecia perdido, começam a circular os rumores de uma profecia em que a França seria arruinada por uma mulher libertina de terra estrangeira e seria salva por uma donzela da Lorena. A primeira parte da profecia se referia a Rainha Isabel mas a segunda, gerava dúvidas. Salvar o reino da França somente poderia ser feito por um guerreiro, nobre e notável.

No início de 1429, quase todo o norte da França e algumas partes do sudoeste estavam sob controle estrangeiro. Os ingleses controlavam Paris, enquanto os burguinhões controlavam Reims, importante local tradicional das coroações e consagrações francesas, especialmente porque nenhum dos pretendentes ao trono da França havia sido ainda coroado. Os ingleses mantinham o cerco a Orleans, a única cidade francesa leal, remanescente ao norte do Loire, último obstáculo a um assalto ao coração da França. Do destino de Orleans, dependia o destino de todo o reino e ninguém estava otimista quanto ao tempo a que ela resistiria sob o cerco.


A França durante a Guerra dos cem anos (1435).

VIDA DE JOANA D’ARC

Aproximadamente 16 anos antes do cerco a Orleans, Jacques D'Arc e sua mulher Isabelle Romée esperavam o quarto filho quando nasceu Joana. Jacques era de Arc-en-Barrois e, por não ter um sobrenome legal, era chamado segundo sua terra natal. Isabelle ao se casar herdara a casa na pequena aldeia pertencente ao ducado de Bar, depois anexada à provincia de Lorena e renomeada como Domrémy-la-Pucelle. Lá os filhos tinham nascido e, com alguns produtos agrícolas que plantavam e um pequeno rebanho, o casal conseguia alimentar e vestir a família. Domrémy estava em uma área do noroeste que permanecia leal à França; circundada por territórios Burguinhões, foi várias vezes atacada e numa ocasião foi incendiada.


A casa de Joana d’Arc em Domrémy, atualmente um museu.

Em seu julgamento, Joana disse ter aproximadamente 19 anos, portanto nascida em 1412 e sua primeira visão em 1424, aos 12 anos de idade, quando se achava sozinha no campo, e também ouviu vozes. Ela afirmou que São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarete disseram-lhe para expulsar os ingleses e conduzir o Delfim Carlos até Reims para sua coroação, e que chorou quando a visão desapareceu, pois, eram muito lindas.



Joana d’Arc recebe as visões.
Vitral da igreja de St Jacques de Compiégne.




ASCENSÃO MILITAR DE JOANA 


Sua primeira tarefa seria obter apoio do senhor Robert de Baudricourt, que vivia em Vaucouleurs, não muito longe de Domrémy. Durant Laxart, marido de sua prima Jeanne le Vauseul, sabendo sobre as visões da jovem prometeu ajudá-la no que fosse necessário e assim, partiram sem comunicar nada a ninguém.
Em Vaucouleurs, localizaram o castelo e foram até o salão principal, onde estava o capitão Baudricourt. Ela não tentou usar de estratagemas: "É a vontade de meu Senhor que o delfim torne-se rei e passe a comandar o reino. Apesar dos seus inimigos, ele será rei. Eu mesma o levarei para ser coroado." "Quem é você?" "Eu fui escolhida. Sou Joana D'Arc." "E quem é o seu senhor?", perguntou Baudricourt. "O rei dos Céus!" respondeu Joana, com simplicidade.
Baudricourt riu, mandou que Durant levasse a menina Joana de volta aos pais e que eles lhe dessem uma boa surra. Ela volta desencorajada. Sabia que não seria fácil, pois as vozes lhe haviam dito que Baudricourt não daria atenção na primeira tentativa e pensou que talvez fosse melhor esquecer, por enquanto, esse louco sentido de "missão".
No outono de 1428, os acontecimentos tornaram Joana mais consciente de que o país precisava de sua ajuda. Espalhou-se a notícia de que os exércitos burguinhões preparavam-se para atacar Domrémy e, por segurança, todos os moradores da aldeia tiveram que fugir para uma cidade fortificada próxima. Quando voltaram, ficaram horrorizados com a brutalidade dos burguinhões, tinham desfigurado até a Igreja. O que aconteceu em Domrémy, repetia-se em toda a França e em outubro, os ingleses sitiaram Orleans, uma das cidades mais importantes, ainda sob o controle dos franceses.

Joana retornou a Vancoulers em janeiro e obteve o apoio de dois homens de reputação: Jean de Metz e Bertrand de Poulengy. Com a ajuda deles obteve uma segunda entrevista, fez uma extraordinária predição sobre uma reversão militar nas proximidades de Orleans e Robert de Baudricourt concedeu-lhe uma escolta para visitar Chinon. Ela viajou com disfarce masculino através do território burguinhão hostil e ao chegar à corte, impressionou o Delfim Carlos durante uma entrevista particular.




Joana reconhece o Delfim, em Chinon.


Nesse ínterim a sogra de Carlos, Yolanda de Aragão estava financiando uma expedição de socorro a Orleans e Joana pediu permissão para viajar com o exército, vestida como um cavaleiro. As lideranças da França estavam desmoralizadas e desacreditadas, todas as opções haviam sido tentadas e haviam falhado. Joana aparece como um sopro de esperança para um regime à beira do colapso, pois apenas um governo em desespero daria atenção a uma menina do campo, analfabeta, que afirmava que a voz de Deus estava instruindo-a a tomar conta do exército de seu país e conduzi-lo à vitória.



 Chinon, sede da corte onde Joana encontrou o Delfim Carlos. 



"Rei da Inglaterra, e você, Duque de Bedford, que chama a si mesmo regente do reino da França. Liquidem a sua dívida com rei do Céu; devolvam à Donzela, que é a enviada do rei do Céu, as chaves de todas as boas cidades que vocês tomaram e violaram na França". Sua carta ao rei inglês, Março-Abril de 1429; Quicherat I, p. 240,


Entretanto, os Conselheiros de Carlos, preocupados com que Joana pudesse ser declarada uma herege ou uma feiticeira e que os inimigos alegassem que seu reino tinha sido um presente do diabo, induziram o Delfim a ordenar investigações e uma análise teológica em Poitiers, a fim de verificar sua idoneidade moral. 

Em abril de 1429, a comissão de inquérito, “declarou-a de vida irrepreensível e boa cristã, possuidora das virtudes da humildade, honestidade e simplicidade.” Os teólogos de Poitiers não emitiram juízos de valor sobre sua inspiração divina, informaram ao Delfim que havia uma “presunção favorável sobre a natureza divina de sua missão” mas, declaravam ser unicamente da corte a responsabilidade por colocar Joana à prova. E o critério para a veracidade de seus créditos, seria o levantamento do cerco de Orléans. 

Ela chegou ao cerco em 29 de abril de 1429. Jean d'Orleans, o chefe interino da cidade, inicialmente excluiu-a dos conselhos de guerra mas, sua determinação teve grande efeito sobre o moral e logo seus colegas oficiais a estimavam como estrategista hábil e de sucesso. Ela passou a liderar o exército em uma série incrível de vitórias que reverteu a maré da guerra.




Joana entra em Orleans.




LIDERANÇA


Joana desafiou a estratégia cautelosa que caracterizava a liderança francesa. Em 4 de Maio, os franceses atacaram e capturaram a fortaleza de Saint Loup. Em 5 de maio, capturaram a fortaleza Saint Jean le Blanc, encontrada já abandonada, numa vitória sem derramamento de sangue. No dia seguinte ela exigiu um outro ataque sobre o inimigo e, quando Jean d'Orleans ordenou que os portões fossem fechados para evitar uma nova batalha, ela convocou os cidadãos e os soldados comuns e obrigou o prefeito a abrir um portão. Com o auxílio de apenas um capitão, saiu e capturou a fortaleza de Santo Augustins. Na mesma noite, enquanto os líderes decidiam esperar por reforços antes de agir novamente, ela insistiu em atacar o principal reduto Inglês chamado "Les Tourelles". Em 7 de Maio foi reconhecida como a heroína do encontro depois que sofreu um ferimento a flecha no pescoço, mas voltou a liderar a carga final.




Jehanne la Pucelle, em ação contra os ingleses.




"... a Donzela faz com que você saiba que aqui, em oito dias, ela tem expulsado os ingleses de todos os lugares que ocupavam sobre o Rio Loire, pelo ataque ou outros meios eles estão mortos, presos ou desanimados na batalha. Acredite no que você já ouviu falar sobre o conde de Suffolk, o senhor la Pole e seu irmão, o senhor Talbot, as escalas senhor, e Sir Fastolf, muitos cavaleiros e capitães mais do que estes são derrotados". Sua carta aos cidadãos de Tournai, 25 pp junho 1429; Quicherat V, 125-126




Fortificação em Beaugency, uma das poucas sobreviventes das batalhas de Joana. Os defensores ingleses recuaram para a torre no canto superior direito, após os franceses violarem o muro da cidade.


No rescaldo da vitória, ela convence Carlos VII a conceder-lhe o co-comando do exército juntamente com John II, duque de Alençon e obtém permissão real para o seu plano de recuperar as pontes próximas ao longo do Loire, como um prelúdio para o avanço até Reims e a coroação. Era uma proposta ousada, Reims estava duas vezes mais distante que Paris e profundamente dentro do território inimigo.


  Domrémi .......................Chinon   
Orleans...................       Reims
 Inglaterra  .......................Calais






Catedral de Notre-Dame de Reims.
Local tradicional de consagração e coroação dos sobreranos franceses.

O exército recuperou Jargeau em 12 de Junho, Meung-sur-Loire, em 15 de junho, então Beaugency em 17 de Junho. Um esperado reforço inglês chegou em 18 de Junho, sob o comando de Sir John Fastolf. A vanguarda francesa atacou os arqueiros ingleses, de surpresa, antes que terminassem os preparativos defensivos. Na derrota que se seguiu, o corpo principal do exército inglês foi devastado e a maioria de seus comandantes, mortos ou capturados. Fastolf escapou com um pequeno grupo de soldados e tornou-se o bode expiatório para a humilhação dos ingleses. Os franceses sofreram perdas mínimas. Em 29 de junho, o exército francês partiu de Gien-sur-Loire para Reims e, em 3 de julho aceitou a rendição incondicional da cidade de Auxerre, sob domínio da Borgonha. Todas as outras cidades em seu caminho voltaram à fidelidade francesa, sem resistência. Troyes, o lugar do Tratado que tentou deserdar Carlos VII, capitulou após um cerco de quatro dias, sem derramamento de sangue. Reims abriu as suas portas em 16 de julho e a coroação aconteceu na manhã seguinte. Apesar de Joana e o duque de Alençon pedirem uma marcha rápida sobre Paris, a corte real preferiu uma trégua negociada com o duque de Borgonha.



Joana d’Arc na cerimônia de coroação de Carlos VII, em Reims.


"É verdade que o rei fez uma trégua com o Duque de Borgonha, por quinze dias e que o duque vai deixar a cidade de Paris no final de quinze dias. No entanto, vocês não devem se admirar se eu tão logo não entrar nessa cidade. Não estou contente com estas tréguas e não sei se vou mantê-las, mas se eu as cumprir será apenas pela guarda da honra do rei: não importa o quanto eles abusem do sangue real, vou manter e conservar o exército real, caso eles não mantenham a paz ao fim desses quinze dias."Sua carta aos cidadãos de Reims, 5 de agosto de 1429; trans Quicherat I, p. 246. 
Nesse ínterim, o exército francês marchou por cidades perto de Paris e aceitou mais rendições pacíficas. Joana considerou que era o momento ideal para pressionar no sentido de executar a terceira tarefa estabelecida por suas vozes: a libertação do restante da França do domínio dos ingleses e dos burguinhões e pouco depois da coroação passou a insistir com Carlos VII para que a deixasse marchar sobre Paris. Aos 8 de setembro, seguiu-se o assalto francês a Paris e, apesar de ferida numa perna por um dardo de besta, Joana continuou a dirigir as tropas no combate até o dia terminar. Na manhã seguinte, ela recebeu uma ordem real para se retirar; agora que desfrutava de algum poder e prestígio, o verdadeiro caráter de Carlos se evidenciava. Ao invés de dirigir-se para o norte e prosseguir com a campanha para recuperar o restante de seu reino, partiu para o sul. Lá poderia relaxar e gozar uma vida de ócio na corte, seguro, em território sob seu controle. Qualquer simpatia que tivesse tido em relação ao entusiasmo militar de Joana havia se diluído.

"Príncipe da Borgonha, rezo por você - peço humildemente e suplico - que não faça mais guerra ao reino sagrado da França. Retire rapidamente o seu povo de certos lugares e fortalezas do reino sagrado, e em nome do gentil rei da França, eu digo que ele está pronto para fazer as pazes com você, por sua honra". Sua carta de Filipe, o Bom, duque de Borgonha, 17 de julho de 1429; Quicherat V, pp. 126-12.




CAPTURA


O desejo do rei em enfraquecer Joana tornou-se cada vez mais evidente. Aos poucos, ele dispensou os melhores e mais fiéis grupos de cavaleiros que a acompanhavam desde o cerco de Orléans. Para dissimular sua hostilidade, deu a Joana o sobrenome "de Lys", que era concedido apenas aos nobres. Mas isso pouco serviu para melhorar o humor da donzela e ela nunca usou esse sobrenome. Somente a oportunidade de honrar suas vozes e cumprir sua missão poderia trazer-lhe a felicidade verdadeira.


Joana recebe o sobrenome e a nobreza da flor de Lis




Brasão de armas de Joana D’Arc
desenhado pelo próprio rei Carlos VII.




Um dos escudos usados por Joana d'Arc


Na primavera de 1430, a impaciência da jovem aguçou-se. Em março passado, enquanto ainda estava em Poitiers, suas vozes lhe disseram: "Somente um ano, não mais!" E desde então, já se passara quase um ano e seu tempo se esgotava. No final de março, sem dizer nada a Carlos, reuniu todos os lanceiros-livres, os mercenários da época, pagou-os com o dinheiro que recebera na campanha de Orleans e partiu para o norte onde parou em Merlun, a fim de comemorar a Semana Santa. Lá, ela recebeu nova mensagem de suas vozes: "Você será capturada antes do dia de São João". Isso apavorou Joana. Mas as vozes reafirmaram-lhe que Deus a ajudaria a suportar o que quer que acontecesse. Seu primeiro destino foi Compiègne, cidade considerada a porta de entrada para o norte. O duque de Borgonha vinha tentando ocupá-la e o fraco Carlos VII simplesmente aconselhara aos seus cidadãos que se rendessem. Mas o povo queria resistir e pediu a Joana que o ajudasse. Os inimigos pressentiram o perigo e pediram reforços. Quando os franceses chegaram, os borgonheses estavam mais que preparados. Mesmo que Joana se esforçasse para agrupar seus soldados, uma onda de pânico assolava. Os franceses recuam e, ao se aproximarem de Compiègne, atropelam-se pela ponte elevadiça em direção à segurança do interior da cidade. Guillaume de Flavy, capitão da guarnição de Compiègne sabia que Joana encontrava-se ainda do lado de fora e, mesmo assim ordenou que a ponte levadiça fosse levantada e que a grade levadiça fosse arriada. Quando Joana alcançou a ponte, esta já havia sido erguida. Em 23 de maio de 1430 os burguinhões cercaram a sua retaguarda, ela foi desmontada por um arqueiro e inicialmente se recusou a se entregar, mas foi capturada.

Era costume, as famílias resgatarem um prisioneiro de guerra do cativeiro mas, Joana e sua família não dispunham de recursos financeiros e muitos historiadores condenam o rei Carlos VII por não intervir. Ela tentou escapar várias vezes, em uma ocasião saltou de uma torre de 21 metros de altura para a terra macia de um fosso seco, em Vermandois, depois do quê, foi transferida para a cidade de Arras, na Borgonha. O governo inglês comprou-a de Filipe, duque de Borgonha. O bispo Pierre Cauchon de Beauvais, partidário dos ingleses, teve um importante papel nessas negociações e em seu posterior julgamento.


A torre em Rouen, onde ela foi presa durante o julgamento, 
tornou-se conhecida como a torre de Joana d’Arc.


PROCESSO E JULGAMENTO

O processo que a levou à condenação por heresia foi politicamente motivado. O duque de Bedford reclamava o trono da França para seu sobrinho Henrique VI. Ela tinha sido responsável pela coroação do seu rival e a sua condenação foi uma forma de minar a legitimidade de seu rei. Os procedimentos se iniciaram em 9 de janeiro de 1431 em Rouen, na sede do governo de ocupação inglês e o processo foi irregular em vários pontos.



Joana é interrogada em sua cela na prisão pelo Cardeal de Winchester. 
Por Paul Delaroche, 1824, Museu de Belas-Artes, Rouen, França.


ALGUNS DOS PONTOS PRINCIPAIS
Resumindo alguns dos pontos principais, a competência do juiz, Bispo Cauchon, foi uma ficção jurídica. Deveu-se sua nomeação ao seu apoio partidário ao governo inglês, que financiou todo o julgamento. O notário Nicolas Bailly, encarregado de recolher testemunhos contra Joana, não conseguiu encontrar qualquer evidência adversa e não havia motivos para iniciar um julgamento. O tribunal violou a lei eclesiástica abrindo um julgamento sem provas e ao negar seu direito a um advogado. Após a abertura da primeira audiência pública Joana reclamou que os presentes eram todos partidários contra ela e pediu para que fossem convidados a comparecerem "eclesiásticos do lado francês". Os registros do processo demonstram sua notável inteligência. Questionada sobre se ela sabia que estava na graça de Deus, sua resposta foi: “Se eu não estou, que Deus ali me coloque, e se eu estou, que Deus possa assim me manter.” A questão era uma armadilha, a doutrina da Igreja decidia que ninguém poderia ter certeza de estar na graça de Deus. Se ela tivesse respondido sim, teria se condenado por heresia. Se ela respondesse não, teria confessado sua própria culpa. O notário Boisguillaume testemunharia mais tarde que, quando o tribunal ouviu esta resposta: "Aqueles que a estavam interrogando ficaram estupefatos." Conforme as orientações inquisitoriais, Joana deveria ter sido confinada em uma prisão eclesiástica, sob a supervisão de guardas do sexo feminino (ou seja, freiras). Ao invés disso, os ingleses a mantiveram em uma prisão secular guardada por seus próprios soldados. O Bispo Cauchon negou o apelo de Joana ao Conselho de Basiléia e ao papa, que teria parado seu processo. A ré, analfabeta, assinou um documento de abjuração, sem entender a ameaça de execução


EXECUÇÃO NA FOGUEIRA

Em 30 de maio de 1431, amarrada a um pilar no Vieux-Marché em Rouen, ela pediu que Pe. Martin Ladvenu e Pe. Isambart de la Pierre segurassem um crucifixo diante dela. À frente do vestido ela colocou uma pequena cruz construída por um camponês. Depois de consumada a queima, os ingleses rastelaram as brasas para expor seu corpo carbonizado, de modo que ninguém pudesse reclamar que ela tivesse escapado viva, em seguida, o corpo foi queimado duas vezes mais para se reduzir a cinzas e impedir qualquer coleta de relíquias. Seus restos mortais foram lançados no rio Sena.  O carrasco,  Geoffroy Therage,  mais  tarde declarou que  "... tinha muito medo de estar condenado."


A caminho do suplício.


Execução na fogueira.

Local da execução de Joana d’Arc.
Place du Vieux-Marché em Rouen